sábado, 4 de outubro de 2014

O nascimento da astronomia


Apesar da maior repercussão histórica da astronomia grega, não podemos esquecer que em boa parte nesse mesmo período a astronomia também floresceu nas Américas, principalmente na América Central com a civilização Maia entre 1000 a.C. a 250 d.C., e a construção do mais antigo observatório das Américas, o observatório de Chankillo entre 300 e 200 a.C. por uma civilização desconhecida no Peru.

O que se entende hoje como “astronomia moderna” teve o seu período de auge na Grécia antiga, no período entre 600 a.C. e 400 d.C. Os esforços dos gregos em conhecer a natureza do cosmos fizeram com que a astronomia atingisse níveis de desenvolvimento que só foram ultrapassados no século XVI. Esses esforços associados ao conhecimento herdado dos povos mais antigos, fizeram surgir os primeiros conceitos de “esfera celeste”, uma esfera de material cristalino na qual os planetas e estrelas estavam incrustradas, tendo a Terra como centro.


Desconhecedores da rotação da Terra, os gregos imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra. Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu e consideraram esse ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da esfera celeste.

Há milhares de anos, os astrônomos sabem que o Sol muda sua posição no céu ao longo do ano, movendo-se aproximadamente um grau para leste por dia. O tempo para o Sol completar uma volta na esfera celeste define um ano. O caminho aparente do Sol no céu durante o ano define a eclíptica (assim chamada porque os eclipses ocorrem somente quando a Lua está próxima dessa linha imaginária).


Como a Lua e os planetas percorrem o céu em uma região de dezoito graus centrada na eclíptica, essa faixa imaginária do firmamento celeste que inclui as órbitas aparentes da Lua e dos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, é designada como “Zodíaco” (do grego: zōdiakós kýklos ou "círculo de animais").

Para a astronomia, o Zodíaco está dividido em treze constelações: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Ofiúco, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.

Já para a astrologia, o Zodíaco está dividido em doze signos: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, cada um deles regido por um planeta/astro: Marte, Vênus, Mercúrio, Lua, Sol, Mercúrio, Vênus, Plutão, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, respectivamente.


As constelações são grupos aparentes de estrelas. Não somente os antigos gregos, mas também os chineses e egípcios muito antes deles, já haviam dividido o céu em constelações. Cada um desses povos evidentemente associava as constelações a entidades ligadas à sua própria cultura.

O Zodíaco chinês por exemplo: deriva de uma antiga lenda, onde Buda convidou todos os animais da criação para uma festa de Ano Novo, prometendo uma surpresa a cada um deles. Apenas doze animais compareceram e ganharam um ano de acordo com a ordem de chegada: o Rato; o Boi; o Tigre; o Coelho; o Dragão; a Cobra; o Cavalo; a Cabra; o Galo; o Macaco; o Cão; e o Porco.

Já o Zodíaco egípcio, associa as constelações aos seus deuses: Rá - Deus do Sol; Neit - Deusa da caça; Maat - Deusa da verdade; Osíris - Deus da renovação; Hathor - Deus do amor e da adivinhação; Anúbis – o guardião dos mortos; Bastet - Deusa Gata; Tuéris - Deusa da fertilidade; Sekhmet - Deusa leoa; Ptah – o criador universal; Toth – o inventor da escrita e Ísis – a mãe cósmica.



A grande contribuição dos filósofos gregos pré-socráticos no afã de explicar o mundo em todos os seus aspectos, foi o de criar imaginativas explicações teóricas sobre os corpos celestes. O exame dos fragmentos sobreviventes indica que esses intelectuais tinham grande interesse pela Astronomia e podem ter sido os primeiros astrônomos da Grécia, ao menos em relação a teorias sobre a mecânica celeste.

As maiores contribuições dos gregos, no entanto, foram as descrições de sistemas racionais para justificar o movimento aparente dos corpos celestes e a elaboração de modelos da estrutura do Universo, usando a geometria para descrever o movimento dos astros, e especulando sobre a estrutura dos cometas.

O modelo de Universo mais aceito desde esse período até a Idade Média, o sistema geocêntrico, foi imaginado e desenvolvido pelos pensadores gregos. Nessa concepção, a Terra era considerada o centro do Universo conhecido. Foram também os gregos os primeiros a imaginar o sistema heliocêntrico, que posteriormente se comprovou ser o sistema correto.


Convém esclarecer, finalmente, que todos os astrônomos antigos, inclusive os gregos, limitavam-se a tirar suas conclusões a partir da observação de fenômenos celestes visíveis a olho nu, ou seja: a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno e as estrelas mais brilhantes.

A lista dos astrônomos gregos desse período seria muito extensa. Vamos nos ater portanto aqueles considerados os principais e suas realizações, Siga o link abaixo:


O período que se seguiu, conhecido como "final da antiguidade", no qual já estava em curso a expansão do Império romano assistiu também a sua queda. A partir de 313 d.C., quando o imperador romano Constantino I emitiu o "Édito de Milão", reconhecendo o direito dos cristãos de praticar sua religião dentro dos limites do império. Gradualmente o cristianismo tornou-se a religião oficial do império.


A partir daí o Império Romano entrou em declínio e desapareceu. Por volta de 500 d.C. a Igreja era a única autoridade na Europa Ocidental. Com isso, boa parte dos conhecimentos da era Clássica se perdeu. Levando inclusive à rejeição da ideia de uma Terra esférica, voltando a imperar o conceito de uma terra plana repousando sobre um altar cheio de águas celestiais.

Em seguida, vamos estudar um período no qual a ciência da astronomia ficou praticamente estagnada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário